“Era uma noite chuvosa e tempestuosa...”
Snoopy - criação de Charles M. Schulz
E foi assim que iniciamos nossas atividades para o 1º Encontro Itabirano de Ilustradores, o Tropeirão Ilustrado. Era dia 06 de novembro. Às 08 da manhã estávamos todos de pé, depois de uma noite super mal dormida. Eu, Paulo Teles, Miriã Fonseca e Pablo Rocha, unidos para dar o melhor de si e fazer a noite parecer outro mundo, para todos. As cores eram importantes em meio tanta água cinza vinda do céu.
Ainda cedo, correria pra lá e pra cá pra fechar com a distribuidora. Ninguém trabalha sobre consignação nessa cidade. As cervejas, refrigerantes e água mineral chegaram tarde, aí, mais uma correria e mais grana pra investir: gelo. Muito gelo em cima de tudo pra ninguém ficar reclamando da cerveja quente num dia quente. Não dá né? Nem eu agradaria por nada. E um bom tropeiro regado a cerveja é melhor ainda. Ah, o Tropeiro...
Nisso, corremos pros dois supermercados apoiadores, o JL e o Nova América, pra pegar os ingredientes, fresquinhos, fresquinhos, pra levar pra mãe do Paulo, cozinheira de mão cheia, pra botar pra quebrar com a mão na massa. Ops!!! Faltam panelas. Vamos nós atrás do Restaurante da Lili. E a Lili, muito solidária e sempre gentil, nos empresta panelas e até uma caixa térmica pra manter quentinho nosso tropeiro.
Agora o Cacá, namorado da Miriã, ta recebendo lá no Imperial, o bar e restaurante onde aconteceu o Tropeirão, o caminhão da distribuidora. Mais de 20 caixas de bebidas e sacos e sacos de gelo. Já eram 11 da manhã. Preocupação e correria. O Cacá ficou responsável pela parte da disposição dos bebes em geral e se deu muito bem. Tequilas e wiskies e diversos coquetéis passaram pelas mãos dele e deixou o público consumidor do bar satisfeito.
Claro que precisamos modificar o cardápio do Imperial e fazer o nosso. A noite era um espetáculo à parte de tudo o que já rolou naquele ambiente aconchegante. O Alxandre e a esposa, a Andréia, nos deixaram hiper à vontade para trabalharmos o ambiente. Nisso, acontecia no Imperial as oficinas de arte em reciclados com a Ivanilde Moreira.
Assim o tempo foi passando e ninguém ainda havia almoçado. A Tereza, proprietária da Livraria e Papelaria Zenith nos liga faltando cinco minutinhos pra fechar. Aí que nós nos desesperamos mesmo, pois sem o apoio fundamental dela, não haveriam tintas e pincéis e papeis para se pintar durante o Tropeirão. Afinal a Zenith nos apoiou com todo esse material, fundamental para colorir a noite toda.
O Jorge Inácio e o Camilo chegaram, e a gente ficou até meio sem graça pois ainda havia muita coisa pra arrumar e não podíamos dar toda a atenção necessária que queríamos. Mas os caras ficaram tão à vontade que pegaram pra valer pra ajudar, também.
O Camilo já estava preparando seu notebook com o data-show para exibir uma história da Jararaca Alegre, sua revista que, coincidentemente especial sobre Drummond e Itabira, foi lançada naquela noite.
Aí o Guto Respi nos liga avisando que já estava na cidade e o Genin também, desde cedo, tranqüilo como ele só. Outros cartunistas e ilustradores ligam avisando da ausência. Afinal, a chuvarada os impediu de pegar a estrada. Já eram 14h e a primeira dose de uma gelada precisou descer pra aliviar a tensão.
Preparativos para as próximas oficinas que se iniciariam às 16h, de contação de histórias e artesanato em couro. As crianças começaram a chegar com os pais, e foi muito bacana. O Edilson, por exemplo, um dos nossos patrocinadores, da Apotekisto Drograria, junto a seus filhos, não arredou os pés de lá. Participou da oficina de contação de histórias e só foi embora quando o Kaquinho Big Dog exclamou o seu último palavriado sedutor.
Inclusive, sempre bom destacar essa presença dos apoiadores, patrocinadores, investidores, pois é fundamental para que vejam de perto o desenvolvimento e planejamento do evento. Afinal, patrocinar um evento não é esperar de volta o retorno financeiro investido, mas sim demonstrar a importância que é investir no crescimento cultural, enriquecendo o nome de sua empresa junto a importantes eventos que fazem a história de um município e seus representantes. E quase todos estavam lá presentes, marcando a história de nossa primeira edição do encontro dos ilustradores.
E enquanto rolavam as oficinas, à tarde, mais correria. O feijão tava quase no ponto, era preciso buscar a panelada na casa da mãe do Paulo, mas faltou alface e tomate para forrar as porções, as batatas congeladas e a mandioca ainda não tinha chegado. Os garçons, meninas do caixa, seguranças e porteiro já estavam de prontidão esperando darmos o aval para quebrar tudo!
Tava beirando 19h e o público começou a comparecer, eu e os outros organizadores ainda estávamos naquele estado destruído de tensão pré parto. Pra relaxar, só depois do banho. E agora? cada um pro seu lado e deixa as colheres de pau comer solta pra lá.
E por falar nisso, as vinte mesas do Imperial foram forradas com papel Kraft e postos sobre elas montinhos de sulfites. Todas as mesas receberam potes de bambu confeccionados pela Ivanilde (Nêga) contendo canetinhas hidrocor, canetas pra tecido, pincéis atômicos, tudo colorido. Lápis, nada de borrachas e tubinhos de cola relevo colorida e tinta acrílica relevo colorida, além de potes de tinta guache e, claro, tábuas de bater bife de madeira e colheres de pau quadradas, para serem pintadas.
A festa começa. A chuva não para. O povo chegando e a gente louco! Já havíamos saído pra buscar o tropeiro e tinha garçom ligando avisando que já tinha cliente querendo comer do prato principal da festa. Enquanto a Miriã, o Cacá e o Pablo tomam conta do recado, eu e o Paulo fomos buscar as paneladas de feijão.
Kaquinho Big Dog, antes de tudo isso, havia chegado às 18h para passar o som, além das outras atrações. Tudo ocorreu muito bem. A festa estava para começar e nós estávamos no tempo certo, apesar da correria. Mas era justamente para que nada se atrasasse e tudo ocorresse nos conformes, como na programação divulgada. E foi exatamente o que aconteceu.
Nossos artistas já estavam pintando tudo o que viam pela frente. Quando cheguei no Imperial depois de ter ido em casa deixar água do chuveiro bater na nuca, lá pelas 20h, a casa já estava cheia e muitos Tropeirões Ilustrados - nosso prato da noite com feijão tropeiro, arroz, couve fininha picadinha e um ovo frito meia bomba por cima – já haviam sido servidos. O público não brincou em serviço. Todo mundo pintando as mesas, as tábuas, papelada. Todos se esbaldando literalmente. Assim que é bão!!!
Então, amanhã escreverei mais um bocadão sobre o restante de nossa noite ilustrada que foi até as 07 da manhã sem parar, na segunda parte desse post. Vejam o primeiro álbum de fotos em nosso flickr e, também amanhã, mais álbuns por lá. Procure-nos por Tropeirão Ilustrado no Orkut e, em breve, nosso Face Book, aguardem!
Então, amanhã escreverei mais um bocadão sobre o restante de nossa noite ilustrada que foi até as 07 da manhã sem parar, na segunda parte desse post. Vejam o primeiro álbum de fotos em nosso flickr e, também amanhã, mais álbuns por lá. Procure-nos por Tropeirão Ilustrado no Orkut e, em breve, nosso Face Book, aguardem!
Laz Muniz